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A cultura do caju, tão presente no Semiárido brasileiro, ganha um importante reforço científico por meio de uma pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos Pesquisa e Extensão em Fruticultura da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Em parceria com a Embrapa Agroindústria Tropical, o projeto Banco Ativo de Germoplasma (BAG) Cajueiro busca testar e avaliar clones melhorados da planta para potencializar a produção e beneficiar produtores da região.

O estudo acontece na Fazenda Experimental Rafael Fernandes da Ufersa, em Mossoró e envolve o acompanhamento de dez clones distintos de cajueiro, totalizando cerca de 200 plantas. Segundo o coordenador do projeto e professor do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Vander Mendonça, a pesquisa se desenrola a longo prazo e tem como foco a análise das características morfológicas e bioquímicas das plantas e frutos.

“Vamos avaliar desde o crescimento da planta até a qualidade do fruto e pós-colheita. Essa pesquisa será a base para recomendações futuras aos produtores e servirá para diversos trabalhos acadêmicos, como iniciação científica, TCCs, dissertações e teses de doutorado”, explica o professor.

O projeto nasceu a partir de um encontro com o pesquisador Luiz Augusto Lopes Serrano, da Embrapa Agroindústria Tropical, durante a Expofruit. A parceria possibilitou a chegada dos clones e o suporte técnico necessário para o plantio e acompanhamento da pesquisa. “Temos materiais que a Embrapa já lançou e outros que ainda estão em fase de estudo. Nosso objetivo é entender como esses clones se comportam no nosso clima e quais podem ser indicados para os produtores da região”, complementa Vander Mendonça.

A pesquisa não beneficia apenas a ciência, mas também contribui para a formação de novos profissionais e o desenvolvimento da cajucultura no Semiárido. Emanoel Felipe Oliveira da Costa, estudante de Agronomia e integrante do grupo de pesquisa, ressalta a importância do projeto para a sua formação acadêmica. “É enriquecedor, pois essa pesquisa nos aproxima dos produtores e nos permite aplicar o conhecimento de maneira prática. Além disso, estamos contribuindo para a melhoria da produção, seja do pedúnculo ou da castanha”, afirma Manoel.

Outro estudante do grupo, Ramon Melo, destaca o impacto da pesquisa para a valorização do caju no mercado. “Nós estudamos características do fruto e da castanha para que, no futuro, os produtores possam obter o máximo de produtividade em suas áreas”, comenta.

O agricultor familiar Iraílson Moisés da Silva, do Assentamento Jurema, localizado na Zona Rural de Mossoró, vê com entusiasmo as mudanças trazidas pelo melhoramento genético da cultura. “Antes, plantávamos sem critério, sem tecnologia. Hoje, temos clones que frutificam mais rápido e com maior qualidade. Isso faz toda a diferença para quem vive da produção do caju”, enfatiza.

Com um horizonte de 10 a 15 anos de estudo, o BAG Cajueiro da Ufersa promete não apenas impulsionar a cajucultura no Semiárido, mas também gerar conhecimento de alto impacto para produtores e pesquisadores. A parceria com a Embrapa reforça o compromisso da Universidade em desenvolver soluções inovadoras para a agricultura da região.

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